A arte poderosa do rebranding
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10/03/2022
Estamos em março, e nada mais justo que falar sobre o espaço ainda minúsculo das mulheres na literatura. E para abordar o assunto da forma mais clara possível, vou responder algumas perguntas fundamentais sobre o tema. Vem comigo!
As livrarias têm um cheiro único. Um cheiro de descoberta, de aventura e, acima de tudo, de aprendizado. É muito difícil escolher apenas um livro quando nos deparamos com tantas opções, tantas capas bonitas e tantas sinopses envolventes. Por trás de tudo isso, existem três tipos de pessoas: os leitores, os autores dos livros das prateleiras e os escritores que estão lutando por reconhecimento. E eu te garanto que a luta é ainda mais difícil se você for mulher.
Posso contar nos dedos as pessoas que eu conheci que se deram ao trabalho de pesquisar sobre a autora dos livros que leram. E é por isso que estou escrevendo este texto, para relembrar que por trás de toda obra há uma artista e para compartilhar, através das perguntas e respostas, um pouco sobre os dramas da vida das mulheres no universo literário.
Antes de mais nada, precisamos lembrar que, anos atrás, quando os poemas e poesias começaram a ganhar reconhecimento, as mulheres se escondiam atrás de pseudônimos para que a sua escrita pudesse ser apreciada. Antigamente o machismo era muito mais forte do que atualmente, e até a arte pertencia somente aos homens.
Mesmo décadas depois da publicação dos primeiros livros escritos por mulheres, nós ainda enfrentamos muitos desafios para conseguir dividir nossos parágrafos com o mundo. Desafios que não deveriam caber em 2022.
Basicamente, quando você decide ser escritora e tem a pretensão de publicar um livro físico, a sua história se torna refém de grandes editoras que estão atrás daquilo que vende. Infelizmente, para eles, pouco importa se o seu Slash foi absurdamente bem escrito. Se não for uma história da “moda”, não vende, e se não vende, é descartável.
A parte mais cruel desse processo todo, é perceber que livros com cenas “hot” envolvendo personagens como o Christian Grey vendem igual água.
O famoso “50 Tons de Cinza” e toda a sua coleção são um exemplo de obras que renderam várias edições, foram adaptadas para o cinema e consagradas best-sellers por bastante tempo.
Livros assim tomam o espaço de uma autora iniciante, que poderia ter seu cantinho na estante da livraria, se não fosse por tantas barreiras.
Obviamente existem casos como o da E. L. James (autora de “50 Tons de Cinza”), onde há familiaridade com o romance, e a construção da narrativa nesse estilo combina com o que as autoras de obras assim gostam de produzir. Ou seja, E. L. James escreveu livros que são um sucesso internacional, mas isso não anula a existência do preconceito ao redor das mulheres que escrevem outros gêneros distantes do romance padrão, principalmente, como já citei aqui, se forem autoras independentes.
O que se espera de uma autora independente é que ela escreva fanfics. Ficções bonitinhas com casais clássicos e bem hollywoodianos. Mas, nos últimos anos, com a facilidade de publicar um e-book, mais e mais mulheres escrevem histórias que fogem totalmente do comum, do esperado e do comercial, e mesmo assim são incríveis e super bem-construídas.
Eu, por exemplo, escrevi a minha história de uma forma quase ficcional, e, além de ter recebido críticas de editoras sobre a narrativa que poderia não agradar o grande público, fui criticada também por me expor. Como se eu estivesse recebendo uma advertência por usar uma roupa curta demais aos olhos da sociedade.
Uma autora brasileira reconhecida pelas suas obras é a Djamila Ribeiro. Seus livros são focados em questões raciais e de gênero, e chamaram a atenção da Companhia das Letras.
O livro “Pequeno Manual Antirracista” não só ganhou um mega espaço nas livrarias, como também foi vencedor do Prêmio Jabuti. Djamila explica que a obra dá ênfase às práticas sociais discriminatórias que têm influência direta sobre a organização da nossa sociedade.
Como já citei aqui, é muito difícil fechar contrato com grandes editoras, mas a Djamila conseguiu e fez, literalmente, história.
Durante a pandemia, milhares de pessoas se renderam ao Kindle, o que possibilitou que conhecessem novas autoras de todos os cantos do mundo. Mulheres que escondiam personagens icônicos por trás da sombra das editoras, agora têm a chance de publicar seus livros de forma muito mais prática e econômica, pesando a mão no marketing digital para que cada vez mais leitores conheçam suas obras que, na maioria das vezes, transbordam personalidade e são boas o suficiente para estarem nas livrarias. Porém, por não serem obras comerciais, permanecem atrás da telinha do Kindle (mas mesmo assim têm a chance de entrar para a lista de mais vendidos da Amazon).
E você, já leu alguma obra de uma autora independente brasileira? Sabe dizer quantos livros escritos por mulheres você já leu?
Aqui vão 4 indicações de obras independentes escritas por mulheres:
1 – “Neighbors”, por Ana França
2 – “Hamartia”, por Esperanza Prado
3 – “Eu e Meu Monstro”, por Júlia Mussak
4 – “Bocas Costuradas não Contam Histórias”, por Ana França e Luísa Borges
Continuamos na luta para conquistar mais espaço no universo da literatura e incentivar mais mulheres a fazerem o mesmo. Espero que tenha gostado do conteúdo! Siga a gente no insta @gasrocket e continue acompanhando o nosso blog <3
Fonte: Por que ainda precisamos falar sobre o machismo na literatura? | by Gabrielle M. | Lado M | Medium
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