Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no esporte

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17/03/2022

Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no esporte

Como diria Zagalo: vocês vão ter que nos engolir!

Você sabe o que é um impedimento? Qual a escalação completa do seu time? Quem foi o artilheiro do seu time no campeonato brasileiro de 1985? Qual o esquema tático usado em cada jogo? E bla bla bla…

Que atire a primeira pedra quem nunca recebeu essa enxurrada de perguntas de um homem, ao falar que gosta de futebol ou qualquer outro esporte. Acho que todas nós, né? Pois é, se hoje nós somos muitas vezes consideradas incapazes de entender tudo isso, imagina nos séculos passados onde nem voz para responder qualquer coisa, nós tínhamos.

Tá, mas quem inventou que todos os homens devem saber mais sobre esporte do que as mulheres?

Pasmem: ninguém. 

Foram tempos muito difíceis para nós. Não tínhamos espaço para falar, e muito menos praticar. E tudo isso, simplesmente baseado no achismo dos homens e de todas as pessoas que acreditavam que mulher só servia para cuidar da casa, marido e filhos, é mole uma coisa dessas? 

Mas quando o jogo começou a mudar a favor das mulheres?

Em 1936 foi quando o COI (Comitê Olímpico Internacional) reconheceu de fato a participação das mulheres em competições. Mas, você sabia que só em 2012 as mulheres tiveram carta branca para competir em todas as modalidades olímpicas? Parando para analisar, isso é muito recente. 

Em 1932, a brasileira Maria Lenk, aos 17 anos, foi a primeira mulher brasileira a participar de uma Olimpíada. A partir dela, muitas outras mulheres tiveram coragem para também fazer história no esporte. 

 Foto: divulgação | Maria Lenk

Em 2022 ainda existe quem subestime as mulheres no esporte?

Tudo o que conquistamos hoje, foi graças às mulheres do passado que lutaram bravamente, tiveram coragem para enfrentar o preconceito, sofreram e fizeram história trilhando e abrindo os caminhos do esporte para as mulheres das próximas gerações. 

O reflexo disso é que nas Olimpíadas de Tóquio (2021) as mulheres tiveram 49% de participação, o maior percentual na história dos jogos olímpicos. Na Paralimpíada, mais um recorde quebrado. De 38% em 2010 para 44% em 2020/2021 da participação das brasileiras. 

Mas um dado interessante é que das 50 modalidades, só 8 delas terão a maior participação dos homens, que são: atletismo, polo aquático, ciclismo pista, futebol, boxe, ciclismo estrada, luta greco-romana e beisebol/softbol.

E falando ainda sobre os jogos olímpicos de Tóquio, em 2021 tivemos a inclusão do Skate como uma modalidade olímpica. Para deixar registrado na história do campeonato e também do nosso país, tivemos uma brasileira de apenas 14 anos garantindo sua medalha de prata na competição. Rayssa Leal representou o Brasil e, já de cara, fez história! 

Agora, você já parou pra pensar em uma mulher/menina conquistando tanto aos 14 anos? Cada vez mais estamos mostrando do que somos capazes e  representando todas as mulheres. 

A representatividade dentro da publicidade pode mudar tudo!

A publicidade nisso tudo tem um papel fundamental que é: incentivar, mobilizar,  inspirar e claro, R-E-P-R-E-S-E-N-T-A-R. É muito inspirador você assistir mulheres de todas as idades conquistando tanto e em diversas áreas do esporte. O sentimento que grita no peito, é que nós podemos ser o que quisermos. Somos capazes e ninguém pode nos parar! 

E algumas marcas entenderam muito bem o seu papel e dão aula quando o assunto é mostrar a força das mulheres no esporte. 

NIKE: Há alguns anos a Nike vem se mostrando cada vez mais ao lado das mulheres nessa luta diária que é a visibilidade feminina no esporte. E ela não poupa esforços. Separamos aqui duas campanhas de arrepiar que retratam muito bem como somos vistas pelos homens, o que acham da gente e o mais importante, como podemos ser delicadas e “brabas” na hora de mostrar que não estamos de brincadeira. 

  • Mostre o que as loucas são capazes de fazerAssista aqui

ADIDAS: Uma pesquisa foi feita com mulheres que praticam esportes e exercícios físicos e mais da metade relataram dificuldades na realização de suas atividades, devido a insuficiência na sustentação dos seios. A partir disso, a Adidas decidiu criar uma linha exclusiva de sutiãs esportivos.

Como parte da estratégia de marketing, eles fizeram uma ação que parou as ruas de Londres. 

Estátuas em 3D foram feitas de algumas personalidades femininas do esporte, como: 

  • Vivianne Miedema, jogadora de futebol do Arsenal
  • Eniola Aluko, jogadora de futebol e comentarista
  • Francesca Brown, jogadora de futebol e chefe do governo da Goals4Girls
  • Ellie Goldstein, dançarina e manequim 
  • Emily Scarratt, participante de rugby
  • Tanya Compas, jovem funcionária e ativista
  • Asma Elbadawi, jogadora de basquete, poeta e ativista 
  •  Sherrie Silver, dançarina, coreógrafa e defensora da ONU

As estátuas foram feitas com plásticos reciclados dos oceanos do Reino Unido.  

Mas por que em Londres?

Acredita que 21% de todas as estátuas que existem em Londres são de homens, 8% são de animais e só 4% são de mulheres? Pois é.

As estátuas ficaram por 2 semanas na cidade e depois foram levadas para as comunidades ligadas às mulheres homenageadas. 

Dá uma olhadinha em como ficou:

Foto: divulgação

GUARANÁ ANTARCTICA: O Guaraná é o principal patrocinador da Seleção Feminina de Futebol e faz isso de um jeito beeem brasileiro. Além de patrocinar, eles incentivam outras marcas a fazerem mais pelas meninas da nossa Seleção. 

Mais que apoiar, o Guaraná dá um show em suas campanhas, e nesse último dia das mulheres, eles criaram a campanha: Doe Seu Clichê. 

#DoeSeuClichê

O objetivo da campanha era ressignificar esses clichês que toda mulher recebe no dia da mulher e transformá-los em doações para apoiar a carreira de futuras jogadoras de futebol. 

Cada post com a hashtag #DoeSeClichê era automaticamente revertido em R$50 para uma ONG que apoia o futebol e a carreira de meninas no esporte. 

INCENTIVOS

Falando ainda do Guaraná Antarctica, ano passado eles mobilizaram diversas outras marcas a apoiarem e a investirem nas nossas meninas da Seleção de futebol e adivinhem? Eles conseguiram muuuitos patrocinadores, e, todos eles, ganharam um espacinho especial nas latinhas do Guaraná! Olha só:

E futebol é coisa de mulher sim e também é COISA NOSSA! Dá uma olhadinha no comercial:

#ÉCoisaNossa – Assista aqui 

Sabe por que isso é tão importante? 

Há anos que o futebol feminino é subestimado. Não só pelos brasileiros, mas também por quem patrocina outros grandes times masculinos. Infelizmente alguns deles acreditam ainda que o nosso lugar não é no campo ou em qualquer outro esporte. E sem patrocínio, qual o clube que consegue visibilidade? Nenhum. O Guaraná então decidiu fazer diferente, acreditou na nossa seleção feminina e ainda incentivou outras grandes empresas/marcas a fazerem o mesmo. Teve resultado, mas até quando? 

Quem disse que não sabemos torcer? 

Você acha que lugar de mulher é ao lado do fogão? Pois saiba que para as torcedoras do Botafogo (fogão para os mais íntimos), o lugar delas é exatamente esse! Essa mulherada dá aula sobre torcer:

Deixa Ela Trabalhar: A luta diária das mulheres que trabalham na comunicação esportiva

Voltando agora para um lugar muito cruel em que algumas pessoas nos colocam, vamos falar sobre a dificuldade que é saber sobre o esporte. 

Em 2018, um movimento entre jornalistas e repórteres esportivas ganhou as redes sociais e também matérias na televisão. Isso porque muitas delas relataram sofrer assédios, xingamentos e até agressões nos estádios. 50 jornalistas então se reuniram e detalharam em um vídeo tudo o que sofreram por estar apenas trabalhando. 

O movimento tomou tanta proporção que chegou até a diretoria dos clubes de futebol, que não tiveram outra alternativa a não ser tomar decisões sérias para acabar com isso. E desde então surgiu o #DeixaElaTrabalhar. 

Aqui você pode conferir o vídeo completo das mulheres relatando tudo o que passaram. 

Vai ficar pra história

Em março de 2021, Renata Silveira foi a primeira mulher a narrar um jogo de futebol na televisão, em julho de 2021 foi a primeira a narrar um jogo da seleção masculina nas olimpíadas, e em fevereiro de 2022 foi a primeira a narrar um jogo de futebol na Globo, em TV aberta. 

Ou seja, a Renata quebrou todas as barreiras possíveis. Que a partir dela, possamos ouvir e ver muitas outras mulheres nessa posição: falando e comentando sobre futebol, sem qualquer preconceito, sem medo e nos representando. 

Um novo ano e um novo marco para o futebol feminino 

Se 2022 começou com aquele arzinho de esperança, pode ter certeza que não foi por acaso. Além de ser um ano em que mais da metade da população está vacinada contra a Covid-19, o novo “normal” começa a dar as caras aos pouquinhos. As torcidas começam a voltar aos estádios e, além de acompanhar de pertinho seu time, os torcedores e as torcedoras puderam assistir o futebol feminino pela televisão. Isso porque a Globo comprou a Supercopa do Brasil, Brasileirão e amistosos da Seleção feminina. E isso é só o começo de uma nova era para o esporte e, claro, para as mulheres. Representatividade é tudo! 

Cada dia que passa estamos conquistando nossos espaços, mas, a luta contra o machismo é diária e não vai acabar de uma hora para outra. A todo tempo somos questionadas, subestimadas e desacreditadas. O que nos resta, é confiar em nosso potencial e acreditar que somos capazes. 

Que possamos vibrar ao ver mulheres conquistando medalhas, quebrando recordes e chegando cada vez mais longe, afinal, o céu é o limite, né? 

Que a gente possa ser o que a gente quiser. Com liberdade, de peito aberto, mas principalmente: SEM MEDO.  

Em breve voltamos com mais um conteúdo aqui no blog. Aproveite para nos seguir nas redes sociais @gasrocket. Até mais! 🙂

FONTE: Atletas Now | Lance! | MktEsportivo | Terra | Promoview | Rede de Esporte | ge | Comunique-se Portal 

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17/03/2022

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