Tipo e tipos: um guia básico sobre tipografia

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30/11/2022

Tipo e tipos: um guia básico sobre tipografia

O assunto pode ser complexo, mas a gente sempre simplifica. Vem entender um pouco mais sobre as classificações tipográficas, como utilizar cada uma delas e confira alguns exemplos práticos!

Dentro do universo tipográfico, existem várias máximas que funcionam como lei. Talvez a mais conhecida dentre elas seja a de que fontes serifadas remetem ao luxo, ao clássico, e até mesmo que são as fontes mais adequadas para a diagramação de textos longos. Mas será que esses entendimentos são regras a serem seguidas reiteradamente? 

Conceitos como esses estão tão enraizados no senso comum que acabaram se tornando mais um hábito do que de fato uma boa prática. Para explicar melhor como as classificações tipográficas se comportam e melhor se encaixam em cada contexto, precisamos primeiro ir no beabá da tipografia: o que são fontes grotescas? O que caracteriza uma tipografia humanista? Quando utilizar ou não uma serifada? Dá uma olhada nas dicas que preparamos!

O primeiro passo para entender sobre tipos

No senso comum, existem basicamente três classificações tipográficas: serifadas, sem serifas e cursivas. Esse agrupamento não está de todo errado, visto que esses são os pilares das demais classificações. Entretanto, reduzir as diversas variações de estilos em apenas 3 grupos faz com que regras como aquelas citadas anteriormente, se tornem imprecisas. 

Como qualquer tentativa de classificar trabalhos criativos é imprecisa e muitas vezes problemática, não existe um consenso universal de classificações tipográficas – até porque as fontes não carregam em si um código genético – o que existem são agrupamentos por similaridade visual e período histórico em que foram criadas. 

Hoje o sistema de classificação mais utilizado possui mais de 15 estilos, geralmente com classificações de transições e subclassificações entre eles. Porém, iremos apresentar alguns dos mais relevantes para entender a essência de determinada tipografia e escolher a ideal para cada ocasião. Vem com a gente!

Serifadas humanistas (Humanist Serif):

Estilo bastante caligráfico, assimétrico e com contraste moderado de hastes. Geralmente, fontes deste estilo possuem serifas assimétricas.
Ideal para: textos longos de história, romance, poesia e arte clássica
Fontes: Jenson, Scala, Garamond Premier
Arquétipo: Governante/Sábio

Serifadas racionais (Rational Serif):

Fontes mecânicas com estrutura regular, grande contraste entre hastes e bastante simetria em forma e volume.

Ideal para: remeter a elegância, moda, luxo e bebidas, como vinho.
Fontes: Bodoni, Didot, Ingeborg
Arquétipo: Amante

Grotescas (Grotesque):

Pouco contraste entre hastes, traços mecânicos homogêneos e bastante simetria, além de não possuírem serifas. Receberam esse nome por ter sido o primeiro estilo sem serifa criado, em meados do XIX, causando, assim, um certo estranhamento.
Ideal para: textos longos sobre basicamente qualquer assunto. Se neutralidade é  o que você procura, as grotescas darão conta do recado.
Fontes: Helvetica, Arial, Bureau
Arquétipo: Cara comum


Sans geométricas (Geometric Sans):

Formas circulares e quadradas, com pouquíssimo contraste entre hastes.
Ideal para: movimento, modernidade, esportes
Fontes: Futura, Avant Garde, Eurostile
Arquétipo: Herói/Explorador


Sans humanistas (Humanist Sans):

Estrutura caligráfica com grandes aberturas.
Ideal para: este estilo é o perfeito equilíbrio quando serifas tradicionais são muito antiquadas e grotescas são modernas demais para a ocasião.
Fontes: Optima, Verdana, Myriad
Arquétipo: Inocente/Cuidador


Serifadas egípcias (Slab):

Fontes com características de qualquer fonte sem serifa, porém com serifas retangulares e pouco contraste entre hastes. Este estilo está fortemente ligado ao Jazz, por ser um estilo tipográfico bastante utilizado por Reid Miles, o mais famoso designer de capas de Jazz. Também está associado a cartazes de filmes de velho-oeste.
Ideal para: chamar a atenção em títulos dentro de textos longos.
Fontes: Clarendon, Alfa Slab, Rockwell
Arquétipo: Criador/Fora da Lei

Cursivas ou Manuscritas (Script):

Qualquer tipografia que emule a escrita a mão.
Ideal para: como as fontes dentro desta categoria variam muito entre si, não existem exemplos de aplicação ideal, porém o mais comum é encontrar essas fontes em contextos que possuem conceitos como tradição, elegância e artesanato. É recomendado evitar utilizar este estilo em tamanhos de texto muito pequenos, pois dificulta a legibilidade.
Fontes: Vivaldi, Kinescope, Studio Slant
Arquétipo: se enquadra em vários

Exibição (Display):

São tipos que geralmente não se enquadram nas demais classificações por possuírem características próprias. Por serem fontes mais fantasiosas e estilísticas, são destinadas ao uso em tamanhos grandes e não em textos corridos.
Ideal para: títulos grandes e logotipos.
Fontes: Cabazon, Ed Interlock, Cooper Black
Arquétipo: se enquadra em diversos

Letras comunicam

Quando trabalhamos com comunicação, é preciso ter em mente que não somente as palavras transmitem uma mensagem, mas também a tipografia em que essas palavras estão diagramadas. Afinal de contas, a tipografia escolhida será o primeiro contato que o leitor terá com o texto, antes mesmo de lê-lo e interpretá-lo. 

Por isso, é de extrema importância saber qual tipografia escolher para o seu projeto e conhecer as variadas classificações tipográficas é um grande passo para facilitar essa escolha, sem precisar ficar rolando a tela de fontes instaladas em seu computador, na esperança de bater o olho em alguma que se encaixe. 

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30/11/2022

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