A arte poderosa do rebranding
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31/03/2022
A maior parte das mulheres que conheço têm algum tipo de dificuldade ou dúvida para se vestir para ir ao trabalho. Isso acontece nas mais diversas áreas de atuação por questões que vão muito além da beleza ou combinação das peças. Será que estou formal demais? Muito casual? Colorida ao extremo? Isso é adequado à minha idade? Serei julgada ao mostrar alguma parte do corpo? Estarei exposta a uma situação de assédio de alguma forma?
Todas essas dúvidas passam pelo medo da inadequação a determinados ambientes, mesmo que a gente os frequente todos os dias há anos.
Ao contrário do que muitos possam pensar, isso nada tem a ver com desconhecimento em moda ou falta de habilidade para montar looks. Muito menos com pouco dinheiro para fazer compras ou com “mau gosto” (não gosto desse termo, mas esse assunto fica para um próximo texto). A profunda sensação de desencaixe da mulher dentro da estética de vestuário de trabalho tem a ver com a própria lógica do mercado e com o fato de que os homens tomaram posse dele há muitas décadas.
A falta de um código claro e unificado de vestuário feminino para trabalhar é apenas mais uma das ferramentas utilizadas para manter as mulheres consistentemente longe das empresas e dos espaços públicos.
Não por coincidência, os homens têm um código claro de vestimenta que vai de reuniões a casamentos: o terno. Ele garante instantaneamente força, poder e, principalmente, pertencimento em espaços públicos, sem que o homem precise gastar nem o tempo de leitura desse texto pensando nisso. No mundo masculino, há o privilégio de poderem ser iletrados em moda e mesmo assim terem esse código à sua disposição e serviço.
Infelizmente não há. E caso você esteja pensando no tailleur, o famoso terninho, te convido a repensar. Este não é um código nosso, trata-se apenas de uma cópia do símbolo masculino. Tornar a mulher masculina para que supostamente pertença melhor ao mercado é muito diferente de realmente incluí-la. Nos anos 1980, isso até foi uma tendência de moda chamada de power dressing, marcada pelas ombreiras, que nada mais são do que uma tentativa de mimetizar a forma masculina. Claro que essas modelagens nada fizeram para resolver as desigualdades do mercado de trabalho.
Nenhuma roupa é capaz de resolver o problema da desigualdade de gênero no mercado de trabalho. Também nenhuma mulher sozinha conseguirá fazer isso, infelizmente. A tão sonhada equidade passa por políticas públicas, inclusão de lideranças femininas e outras milhares de questões.
Enquanto isso, na falta de códigos prontos, como consultora de moda, incentivo minhas clientes e amigas (e a mim mesma!) a encontrarem seus próprios jeitos de se vestirem para trabalhar. Cada uma tem peças, cores e modelagens em que se sente mais segura e poderosa. Conhecer a si mesma e o seu próprio estilo é o caminho para descobrir quais elementos são esses. O conforto emocional de uma pode ser o salto, enquanto o da outra é a flat. O colorido versus as peças pretas. O cabelo solto ou o turbante… E por aí vai. Claro que, em muitas profissões, é necessário respeitar dress codes específicos ou mesmo usar uniformes, mas mesmo dentro dessas obrigatoriedades é possível encontrar seu próprio jeito de se sentir você mesma e, por que não, se divertir no processo.
O mercado claramente não está pronto para nos ouvir, então que a gente encontre a “armadura” certa que nos deixe mais dispostas a falar!
Não esqueça de ficar sempre de olho por aqui para acompanhar mais conteúdos como este. Até a próxima! 🙂
Fontes: Elle.com.br, Livro “Mulher, roupa, trabalho: como se veste a desigualdade de gênero” de Thais Farage e Mayra Cotta
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