A arte poderosa do rebranding
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3/03/2022
Apenas 43% das mulheres no Brasil se sentem representadas na publicidade, de acordo com uma pesquisa realizada pela Visual GPS, plataforma de insights da Getty Images. O estudo foi feito dois anos após o lançamento do projeto ShowUs, parceria da Getty com a GirlGaze e a Dove, que teve como objetivo mudar a definição de beleza a partir da diversidade de padrões.
Além disso, entre as mulheres que disseram se sentir discriminadas, 64% afirmaram que é por causa do corpo, forma física ou tamanho e 37% relataram que é por conta de como se parecem, se vestem ou se apresentam.
E este é um assunto que gera polêmica há algum tempo. Isso porque há anos são propagados alguns estereótipos irreais e inalcançáveis, além da objetificação do corpo feminino.
Temos certeza que você já entrou em sites para comprar roupas e se deparou com modelos magérrimas, que não te representam e, muito menos, ao padrão corporal das brasileiras. Marcas que se apropriam da cultura nacional e suas brasilidades, mas utilizam mulheres com padrão europeu em seu site. Com isso, vem a frustração ao vestir a peça e não ficar nem um pouco parecida com a modelo do site. O famoso “expectativa x realidade”, sabe?
Vamos combinar, que mulher nunca se sentiu mal vendo propagandas (sejam elas na televisão, na internet, nas revistas etc.) que mostram fotos photoshopadas, corpos magros, barriga sarada, peito siliconado, bumbum empinado e zero celulite? Ou até mesmo rostos com peles perfeitas, sem manchas ou acnes e cabelos sedosos, alinhados, sem frizz e cheios de brilho?
Parecemos estar distantes de mostrar a realidade através da publicidade – por mais que esse cenário esteja mudando (vamos falar sobre isso mais pra frente). E, além das propagandas que abusam desses estereótipos, também somos bombardeadas por anúncios que, em vez de nos valorizar, nos fazem questionar a nós mesmas: “batom que aumenta os lábios”, “creme redutor de medidas”, “bumbum durinho em poucas semanas”, “liso dos sonhos” etc. E aí vem a pergunta: nós precisamos mesmo de tudo isso?
Desde sempre, vemos, principalmente em comerciais de cerveja, mulheres sendo expostas de maneira objetificada, sexualizada e diminuída, contribuindo para o entendimento de que o seu papel na sociedade é servir aos homens. Isso, de certa forma, influencia o público consumidor, que se identifica com a situação e adere para a sua vida, costumes e valores.
Esse cenário também vem mudando, mas ainda podemos nos questionar quanto à representação da mulher na publicidade e também no papel publicitário como disseminador de valores inseridos na sociedade.
Graças ao feminismo, as coisas estão mudando. Marcas têm investido em mulheres pretas, com corpos reais, celulites, estrias, manchas (inclusive vitiligo), sardas e com cabelos cacheados e crespos. Ainda, muitas marcas de produtos capilares vêm desenvolvendo linhas específicas para estes tipos de madeixas, assim como marcas de maquiagem vêm apostando em produtos para peles negras.
A objetificação da mulher também tem sido evitada por grandes marcas. Há alguns anos, uma campanha da Skol, lançada no Dia Internacional da Mulher, surgiu nas mídias sociais com o propósito de quebrar esses estereótipos femininos nas propagandas de cerveja. Ao contrário dos comerciais antigos, o Skol Reposter buscou dar às mulheres um novo lugar, onde somos as protagonistas e não o objeto de consumo.
Outro exemplo bem mais recente é a propaganda de carnaval da Brahma deste ano, com a cantora Alcione e o enredo “o show tem que continuar”. Nela, a marca passa a mensagem de que, mesmo sem as tradicionais festas de ruas, ainda é possível aproveitar a folia apenas com amigos e cerveja. Há alguns anos, os comerciais desse tipo representavam as mulheres como um produto, com corpos esculturais, quase nuas e com uma comunicação frágil ou sedutora. Temos muito ainda o que evoluir, mas convenhamos, a comparação das propagandas passadas e as atuais já demonstra uma super melhora.
Além disso, após o projeto ShowUs, as buscas pelo termo “mulher real” em bancos de imagens aumentaram 150%, mas ainda assim temos uma grande falha na representação da mulher dentro da publicidade. Afinal, ainda nos deparamos com anúncios que não nos representam e fazem a gente se sentir mal com nós mesmas. Enquanto isso, seguimos na luta por padrões reais!
Diariamente, devemos nos posicionar contra esses estereótipos irreais, seja nos manifestando pelas redes sociais sociais ou deixando de consumir marcas que estão estagnadas nesse processo de mudança. Diversas empresas já vêm trabalhando a diversidade em suas peças publicitárias e marketing, assim como a Avon, a marca de calcinhas menstruais Pantys, entre outras.
O caminho é longo, mas podemos sim contribuir para essa mudança cultural, seja como consumidoras ou como comunicadoras, trazendo todas essas questões para dentro do nosso trabalho.
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Fontes: Glamour, Meio e Mensagem, Jornalismo UFV.
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